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Arquitetos: Ponto de Apoio
- Área: 950 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:André Mortatti
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Fabricantes: Atec, Concresteel, Fernando Jaeger, Jotum, Luxus Haus, Securit, TM2, Tok Iluminar
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Yuri Cogumelos é uma empresa brasileira que trouxe a tecnologia do Japão para a cultivo de cogumelos shitake em ambiente controlado substituindo a produção tradicional em toras de árvores por blocos feitos de serragem e farelos, que depois de ensacados, autoclavados e inoculados com o fungo, tem a sua produção desenvolvida em câmara frias com umidade e temperatura controladas.
O projeto do seu edifício administrativo começou em 2007 juntos às demais construções que seriam destinadas à ampliação das áreas de produção e armazenamento. O programa seria para um edifício comum, com áreas de escritório e um auditório para 140 pessoas. Apesar do projeto ter sido realizado em 2007, a obra deste edifício veio acontecer somente em 2019, porém com uma demanda adicional. Com a ampliação dos negócios, a empresa precisou de câmaras frias adicionais, que devido ao pouco espaço disponível no terreno teria que ser construída onde havia-se planejado o edifício administrativo, portanto, um edifício com uma grande câmara fria ocupando o pavimento térreo e as áreas administrativas nos pavimentos superiores da construção. A conceituação do projeto precisou prever que a operação da câmara fria ocorresse antes da conclusão da área administrativa para que a área fabril do prédio pudesse atender às necessidades do planejamento da indústria.
Observando que o térreo necessariamente teria suas paredes do perímetro opacas e com altura de 6m, para o partido arquitetônico, foi utilizado o desnível no terreno onde a rua de acesso estava à aproximadamente 2,5m acima do nível de implantação do edifício. Com isso foi possível fazer com que a câmara fria pudesse estar parcialmente escondida no pavimento inferior. O acesso principal à área administrativa com a sua fachada envidraçada e a diferenciação no acabamento da base do edifício completa o conceito permitindo que o efeito plástico da fachada da câmara fria não comprometesse o efeito estético geral da construção.
Apesar de o vidro ser predominante nas fachadas das áreas administrativas, foi prevista uma fachada opaca voltada para o norte – onde há a maior incidência do sol – a fachada leste é parcialmente protegida pela copa das árvores e o lado oeste protegido parcialmente pelo edifício de produção e com a previsão de persianas externas para o andar superior.
O andar das salas de escritório foi projetado para funcionar com três atividades. A primeira é o uso comum de escritório com um espaço central incluindo um lounge, mesa para reuniões e copa. Em outros momentos este espaço é utilizado para eventos na área de gastronomia, sempre ligados ao shitake. E quando é utilizado o auditório, esta área se torna o foyer, também servido de banheiros PCD.
Para atender o prazo da obra, o sistema construtivo foi planejado em estrutura metálica e laje pré-moldada. Finalizada a primeira fase e liberação para operação da câmara fria, foi construído o mezanino com laje nervurada moldada in loco e uma parede de concreto aparente que separa a área administrativa do auditório e garante o isolamento acústico entre as duas áreas.